26/06/2023

Cresce a busca de empresas catarinenses por atuação no mercado externo

Movimento pela internacionalização fortalece a competitividade local, diversifica o mercado e tem sido encarada como uma alternativa de sustentabilidade dos negócios. Vale do Itajaí é a terceira região que mais exporta no estado

Santa Catarina é um estado potencialmente empreendedor e tem ganhado destaque no cenário nacional com empresas aptas e atuantes no mercado externo. De acordo com uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, 71,5% dos municípios catarinenses já praticam a exportação. 

Dados do Observatório Sebrae indicam que Santa Catarina tem hoje 2.476 empresas exportadoras - e as perspectivas de crescimento da atuação catarinense no mercado externo são positivas. “O empresário catarinense tem despertado para as possibilidades de expandir suas atividades para fora do país. Esse movimento tem evidenciado que a prática é tangível a qualquer empresário, basta identificar as oportunidades”, comenta Filipe Gallotti, gerente de Negócios do Sebrae/SC. 

A região Norte do estado lidera o ranking de empresas exportadoras, com 26% delas; em segundo lugar fica a região conhecida como Foz do Itajaí (19%) e em terceiro lugar, o Vale do Itajaí, com 15% das empresas exportadoras de Santa Catarina. 

“A internacionalização de uma empresa é uma necessidade de sustentação do negócio no mercado – e uma chancela para a competitividade interna, que se reflete em toda a cadeia econômica local. Isso porque a abertura do mercado externo, além de aumentar a demanda por produtos e serviços, também atrai investimentos. É um círculo que só incrementa a geração de renda”, comenta Thiago Raitez, diretor de Negócios da Father Estratégias Internacionais.

Vale do Itajaí

Com 377 empresas já atuantes no comércio exterior, o Vale do Itajaí vem ganhando espaço entre as regiões potencialmente exportadoras de Santa Catarina. E mais do que isso: os negócios locais têm buscado a cada ano superar suas metas de faturamento no mercado internacional. 

A Delta Máquinas, de Pomerode, é um exemplo. A indústria de máquinas para o setor têxtil tem uma perspectiva de alcançar 26% do faturamento de 2023 com exportação – 9% a mais do que no ano passado – fortalecendo as negociações nos países que já atua. “Entendemos que essa prática traz oportunidade de melhorar nossos produtos e serviços, levando em consideração a realidade de outras culturas. Além disso, diversificamos nosso mercado e pulverizamos a carteira de clientes, agregamos valor à marca e melhoramos os padrões gerenciais”, afirma Fábio Kreutzfeld, CEO da corporação.

O Grupo Linear, de Blumenau, também está entre as empresas exportadoras da região. A corporação que engloba três marcas no seu portfólio é pioneira no desenvolvimento de escoamentos lineares no país. Com atuação em nove países da América Latina, além de Portugal e Espanha na Europa, a indústria acaba de conquistar a chancela do mercado norte americano para comercialização de seus produtos, inclusive com o selo de inovação, fornecido pela Universidade de Miami. “Também estamos em tratativas com o mercado africano, que tem sido muito receptivo a novidades. Temos um planejamento estratégico que a cada ano fortalece nosso desempenho fora do país. A meta é que até 2025, as exportações representem 5% do faturamento anual”, explica Regina Sardanha, diretora executiva da empresa.    

Segundo o Observatório Fiesc, Santa Catarina teve o maior aumento do preço médio exportado este ano entre os principais estados exportadores do país: 15,2% de alta, registrado de janeiro a abril. O período também rendeu o recorde de US$ 3,6 bilhões em exportações catarinenses.  


Legenda: Sócios da Delta Máquinas Têxteis: Juci Machado, Paulo Sérgio Garbin e Fábio Kreutzfeld.
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Legenda: Sede do Grupo Linear, em Blumenau.
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Legenda: Sede da Delta Máquinas Têxteis, em Pomerode.
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Legenda: Thiago Raitez, diretor de Negócios da Father Estratégias Internacionais
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Legenda: Regina Sardanha, diretora executiva do Grupo Linear
Créditos: Alex Miranda