05/08/2021

Com automação, personalização em massa torna-se estratégia assertiva para indústria têxtil

Por Fábio Kreutzfeld - Diretor Delta Máquinas Têxteis

Um dos sentimentos de maior impacto para a satisfação do consumidor é o de exclusividade. Cada vez mais, sentir-se ouvido tem sido fundamental para que o cliente retorne a consumir determinados itens de uma marca. Além disso, uma tendência vem auxiliando na fidelização do consumidor e também refletindo diretamente nos resultados financeiros dos negócios: a customização. 

Uma pesquisa da PwC, por exemplo, indicou que existe a possibilidade de aumento de 23% no preço dos produtos quando existe uma experiência personalizada para o cliente. Tais dados são percebidos por gestores de empresas e, neste sentido, a realização de projetos de customização em massa começou a ganhar destaque.

Apesar de parecerem termos sem ligação inicial, a produção em alta escala e a personalização podem ser fatores chave para o sucesso do setor que atua alinhado à indústria 4.0. Mais do que isso: trazer a flexibilidade de uma produção que leva em consideração o estilo e as preferências do consumidor para uma rotina automatizada é uma das formas mais assertivas de se manter a lucratividade na indústria da moda, sem abrir mão de iniciativas para tornar a experiência do cliente um marco.

Exemplos desse tipo de ação não faltam na indústria da moda: peças com modelagem melhorada a partir de dados coletados com os clientes, estampas aplicadas digitalmente e de acordo com a escolha do consumidor, recortes e reestruturação de modelagens de acordo com o perfil e expectativa previamente apurados.

No chão de fábrica, a customização em massa se dá, especialmente, pela automação da produção, quando máquinas aplicadas ao processo fabril coletam, continuamente, dados sobre a rotina. Com informações consolidadas, cabe à indústria validar periodicamente seu mix de produtos, desenvolvendo estratégias que implicam diretamente na satisfação do consumidor.

Cabe, portanto, à indústria, utilizar de novas tecnologias que proporcionam desde a análise preditiva dos insumos até a mensuração dos resultados no ponto de venda, as melhores técnicas para que a produção, mesmo quando realizada em larga escala, garanta ao consumidor o sentimento de pertencimento. Seja através de modelagens, seja com a aplicação de estampas digitalizadas, ou ainda no corte ou finalização da peça.

Estas estratégias, que reduzem tempo e desperdício, mas que permitem a aplicação de alta qualidade no processo de desenvolvimento, tornam a indústria 4.0 uma ferramenta crucial para a customização em massa. E a personalização de itens para um grande público não quer dizer que cada modelo será único, mas que coleções ou tipos de produtos contarão com um olhar apurado sobre o que o consumidor espera deles.

Neste momento de retomada econômica, quando as vendas do segmento devem crescer 8% no ano, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), se diferenciar é primordial para tornar os resultados ainda mais positivos. E investir em automação para projetos alinhados com a expectativa do consumidor será um divisor de águas para quem busca se consolidar no cenário brasileiro de moda.


Legenda: Fábio Kreutzfeld - Diretor Delta Máquinas Têxteis
Créditos: Divulgação